top of page
love-light-4735758_1920.jpg

COMO ANDA O AMOR EM TEMPOS DE DESINTERESSE?

Nesta matéria juntamos diversos tipos de pensadores para te ajudar a entender quais são os problemas de suas relações e quem sabe te ajudar a consertá-los (ou ao menos tentar)

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Bem-vindo

Por:
ISABELLA ARRUDA

Com o amor a só um clique de distância ele deveria ser uma das emoções mais fáceis de se conseguir nos tempos atuais. Hoje, ao entrar em um aplicativo de relacionamento você consegue encontrar praticamente um “cardápio” de opções, que estão expostas lá com seus melhores rótulos e descrições. Você deve estar pensando que descrevo na verdade um aplicativo de comida, mas pensa só em todos os aplicativos de relacionamento que você já entrou? Eles não tinham um “quê” de exposição de ofertas? Sendo assim, por que ainda somos incapazes de encontrar o nosso par perfeito? A metadinha da nossa laranja? A tampa da nossa panela velha? E é isso que você vai saber ao longo desta matéria e apesar de não ser uma Guru, te direi como se sentir amado(a) em um mundo de desinteresse, de acordo com um monte de gente mais experiente que eu, ou você. 


Convenhamos que, se você está aqui lendo isso, é porque ainda não encontrou as respostas, os Gurus sim, então vamos lá.

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Texto
RitaVonHunty_edited.jpg

Para ajudar a te explicar um pouco mais sobre esse tema, quero te apresentar a incrível Rita Von Hunty, do canal Tempero Drag. Vale muito a pena conferir seu trabalho, ela nos ajuda a desencaixar ideais acerca de diversos temas. Em seu mais recente vídeo, Amor na Pademia, Rita diz que estamos em um momento de “falência narrativa”, pois “estamos transformando os relacionamentos, ao invés de processo em produtos” ela explica que quando dizemos: Eu quero um namorado, amigo ou “whatever” (tanto faz), nós estamos esquecendo que isso não é algo que a gente simplesmente compra ou ganha dando um coraçãozinho para pessoa, é um processo de conquista, um caminhar até esse objetivo. 

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Imagem

ZYGMUNTIZANDO...

Outro problema que enfrentamos aqui, e esse se relaciona diretamente com as ideias do sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman (é quase que impossível falarmos sobre amor moderno e não citá-lo), seria a nossa “conexão” com tantas pessoas, temos muitas conversas, com roteiros muito parecidos algo que por si só já esgota, e com essas tantas conexões, não nos aprofundamos em nenhuma. Como diria a banda Paramore “Keeping a comfortable, distance” (mantendo uma confortável, distância) do nosso tão desejado sentimento. Ainda assim, mesmo sabendo de todas as questões frágeis envolvendo estes aplicativos, uma pesquisa da Sensor Tower revelou que o Tinder (famoso aplicativo de relacionamentos) foi o aplicativo não jogável mais rentável do primeiro trimestre de 2019.


Bauman disse em entrevista para Istoé que “Amor líquido é um amor até segundo aviso, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação”, talvez então um dos caminhos para solucionar esta questão esteja em insistir mais nas relações relevando certos aspectos e construindo aos poucos algo que te traga felicidade (Lembrando aqui que nós não estamos falando de relacionamentos abusivos ou tóxicos, ao menor sinal de alguma dessas possibilidades fuja!), ainda durante a entrevista Bauman deixa um conselho para os jovens:

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Texto

“Eu desejo que os jovens percebam razoavelmente cedo que, há tanto significado na vida, quando eles conseguem adicionar isso a ela através de esforço e dedicação. Que a árdua tarefa de compor uma vida não pode ser reduzida a adicionar episódios agradáveis. A vida é maior que a soma de seus momentos.”

Zygmunt Bauman

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Citação

Outro ponto muito citado quando o assunto é problemas no amor, está diretamente relacionado à forma como nos relacionamos com nós mesmos. Isso mesmo! O tal do amor próprio, pessoas que não o possuem tendem a entrarem mais frágeis nos relacionamentos e assim não os conseguem manter. Para esse caso a Desencaixe tem uma matéria muito especial que você pode acessar clicando aqui.


Também gostaria de te perguntar como anda a sua relação com a vulnerabilidade? Já que é uma outra questão, que está diretamente ligada ao tal do amor. Parece que existe uma crescente onda na internet sobre não fazer “Papel de trouxa” pois, se doar e falar o que sente, é errado, deve-se ser sempre o primeiro a fugir. A professora, conferencista e autora Brene Brown, discordar dessa posição. Para ela, mostrar suas vulnerabilidade é o jeito certo de viver: “Nós cultivamos o amor quando permitimos que nosso eu mais vulnerável e poderoso seja totalmente visto e conhecido, e quando honramos a conexão espiritual que cresce dessa oferenda com confiança, respeito, bondade e afeto. Amor não é algo que damos ou recebemos; é algo que nutrimos e cultivamos” Ou seja, se mostrar para o outro do jeito que você é, e estar aberto para aceitar o outro, quando fizer o mesmo, sem julgamentos, fazendo um “pacto” de que depois disso, vocês irão zelar dessa confiança com muito respeito e dedicação, nutrindo assim uma relação.

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Texto

E se você acha que é só isso, está enganado. O amor dá trabalho mesmo!

Você tem que estar disposto a curar todas as suas feridas, se quiser deixar com que ele entre em sua vida da forma mais plena. Digo isso embasada na doutora em saúde mental Trillion Small, em seu TED TALK - Ela fala um pouco sobre como superar o medo do amor. Para isso, explica como nosso cérebro funciona, ele tenta nos proteger de qualquer ameaça a nossa sobrevivência, utilizando o medo. Quando encaramos o medo, nossa tendência é fugir mesmo que inconscientemente. Mas como ele registra o que é medo? Isso se dá pelas nossas primeiras experiências. Então pense, qual é a primeira experiência de amor de uma criança?

Small diz que, se você tem algo mal resolvido na relação com seus pais, isso pode afetar seus relacionamentos futuros, e não só os amorosos, as amizades ou qualquer tipo de relação. Por isso, é importante resolvermos nossas questões, cada com seu jeito único, para que assim, possa ressignificar a relação com o amor.

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Texto

Está ideia também é tratada na teoria do apego do psicanalista John Bowlby (1907-1990), e mais tarde, pelos psicanalistas Cindy Hazan e Philiph Shaver. A teoria basicamente defende que a forma como a criança é tratada por seu cuidador, afetará sua relação de apego com as pessoas, podendo desenvolver alguns desses estilos:

  •    Apego Seguro: Estas pessoas possuem opiniões positivas sobre si mesmas e seu parceiro. O resultado é um relacionamento harmonioso, pois existe conforto com a independência e intimidade . A separação não é encarada com medo, e sim como algo natural, por isso, essa pessoa não tende a criar hipóteses de fim, em sua cabeça; 

  •     Apego Evitante: Sentem que não necessitam de relações sociais mais íntimas. Elas se veem como altamente independentes, e recusam qualquer indício de aprofundamento de vínculos;

  •     Apego Ambivalente: Desejo de altos níveis de intimidade, o que resulta em uma dependência extrema do parceiro. São pessoas inseguras, que questionam o seu próprio valor...

  •     Apego Desorganizado: Embora exista o desejo, tem dificuldade em estabelecer laços profundos. A intimidade emocional é almejada, porém intimidadora. Pessoas deste padrão não acreditam nas intenções do parceiro, mesmo quando são boas. 

Todas elas resultaram, de algum problema na infância. Por exemplo, quem desenvolve o afeto Evitante, pode ser porque em algum momento esta criança associou afeto com dor, por um cuidador que estava presente fisicamente, mas distante emocionalmente, ou seja, elas desenvolveram a ideia, de que se conectar com alguém que está presente só fisicamente, causa sofrimento. A Rita von Hunty, que eu citei lá no primeiro parágrafo também tem um vídeo bem legal sobre esse assunto, onde ela se aprofunda mais nas explicações, é só clicar aqui.

John_Bowlby.jpg

JOHN BOWLBY E A TEORIA DO DESAPEGO

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Sobre
Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Texto
chapman.jpg

AS 5 LINGUAGENS
DO AMOR

Gary Chapman

A verdade é que, não existe receita para encontrar o amor. Todas essas dicas são muito boas, e podem te ajudar a responder o porquê de algumas relações em sua vida darem errado. Além disso, ainda podemos citar Gary Chapman, um antropólogo, pastor e conselheiro matrimonial americano, que publicou um livro chamado “As 5 linguagens do amor” dizendo que, cada pessoa tem uma forma específica de amar, sendo 5, os padrões mais determinantes. Por exemplo, uma das formas seria aquela pessoa que está sempre elogiando você, talvez não seja tão incisiva em dizer “Eu te amo”, mas expressa seu amor através desses elogios. Geralmente, a nossa linguagem de amar está relacionada a forma como fomos ensinados (Isso mesmo! Pelos nossos pais ou cuidadores, lembra do estudo da Dra. Trillion Small? Percebam como tudo se conecta de certa forma), e cabe a nós identificarmos a forma como cada um ama, e nos contentar com a ideia de que nem todos amam do mesmo jeito que a gente, o que não quer dizer que não é amor.

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Sobre
heart-1998000_1920_edited.png

Talvez o segredo mesmo, seja parar de idealizar e complicar tanto o amor, e a chave seja só sair por aí realmente disposto a conhecer pessoas, e depois decidir qual espaço elas encontraram em sua vida. Outro ponto, é parar com a romantização, não estou dizendo que a sua relação não pode ser romântica, mas às vezes, somos tão influenciados por aquelas frases de escritores aleatórios de instagram, que acabamos por esquecer, o que de fato é real, e o que ainda é uma fantasia da cabeça de alguém, que provavelmente, nunca nem vivenciou o amor, se tivesse que dizer, o amor é estranho, complexo, e não se encaixa sempre igual em todas as situações, existe sim, poréns e perdões, como podem existir nunca mais olhar para trás, o fato é que, estamos tão intoxicados por ditadores do amor, que esquecemos do primordial, que é senti-lo, talvez o melhor conselho dessa lista, você já tenha aprendido muito antes, em um filme infantil da Disney, que é apenas “Siga o seu coração” só ele sabe onde você está, onde suas dores machucam, para onde você quer ir, e com quem. Ainda deixo aqui, uma sabedoria milenar, dessa vez, não vem de algum pesquisador ou escritor, vem de uma doce senhora, que chamo de mãezinha, onde infere ”Você sabe que está amando, quando a outra pessoa faz você se sentir uma pessoa melhor” Então busque algo, ou alguém, que faça você se sentir uma pessoa melhor ou que ao menos te desperte esse desejo.

Como anda o amor em tempos de desinteresse?: Texto
bottom of page